Arqueologia das cores

Giselle Beiguelman e Bernardo Fontes

A popularização do termo Visão Computacional traduz um certo mito oitocentista que buscava, na construção do autômato, embutir nas máquinas capacidades humanas. Computadores, no entanto, não enxergam – transcodificam informações visuais em sistema de notação que remetem a uma paleta de cores. Neste experimento, extraímos, a partir de uma biblioteca de código Python (Extcolor), as cores mais marcantes em três categorias do dataset elaborado a partir das obras do Museu Paulista da USP (céus, fauna e flora). Como se nota neste vídeo, as cores processadas computacionalmente não são versões de imagens analógicas em outro suporte. Contudo, evidenciam como a representação da natureza no academicismo dominante na coleção do Museu orbita em torno de uma paleta normatizada a partir de um conjunto de escolhas cromáticas. 

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