Fogo!

Foram-se lá todos, (…) a uma povoação, em que haveria nove ou dez casas (…) todas duma só peça, sem nenhum repartimento, tinham dentro muitos esteios; e, de esteio a esteio, uma rede atada pelos cabos, alta, em que dormiam. Debaixo, para se aquentarem, faziam seus fogos.

Trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha sobre o achamento do Brasil, 1500, descrevendo moradias indígenas.

Como fica claro neste trecho da Carta de Caminha, os indígenas estavam nas terras brasileiras muito antes dos colonizadores portugueses aportarem na costa. Hoje, o STF julga o Marco Temporal, uma ação que defende que povos indígenas só podem reivindicar terras nas quais já estavam presentes no dia 5 de outubro de 1988 (data em que foi promulgada a atual Constituição Federal).

O que não faz o menor sentido. Em protesto a esse julgamento, na madrugada de hoje, 25/8/2021, 6 mil indígenas de 170 povos realizaram uma marcha ritualística e vigília na Praça dos Três Poderes, em Brasília. No Rio de Janeiro, movimentos indígenas atearam fogo ao monumento a Pedro Álvares Cabral – a ação foi reivindicada pelo perfil @urucumirim que teve sua conta bloqueada pelo Twitter (informou @derivajornalismo).

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